ESPIRITO SANTO E MISSÃO

 

         
Pessoalmente não teria dúvidas em mudar o título deste trabalho, dizendo que O ESPÍRITO SANTO É A MISSÃO.
Pois a missão depende dele, se realiza por Ele, tem efeito graças a Ele. O ES  dá o ‘pontapé ‘ de partida da ‘Nova Humanidade’, aquela querida por Deus Pai: ‘O ES virá sobre ti, Maria...’


O ES  faz nascer a Igreja,(‘Creio no ES, na santa Igreja...) em Pentecostes; a Igreja missionária ‘por natureza’, conforme a queria Jesus (Mt.28, Mc. 16, Lc.24, At. 1) .

O ES empurra a Igreja aos gentios, a saber, empurrando o chefe Pedro (At.10) e puxando Paulo e Barnabé (At.13,2s). O ES forma os batizados à santidade,  e converte os não batizados para que cheguem à fé e ao batismo.


Eu aprendi que ‘oração pelos missionários’ não é primeiramente oração pelos missionários,  e sim oração pelos pagãos, pelos não batizados, porque é ele que muda os corações dos destinatários do Evangelho, muda as leis dos povos, as cabeças dos católicos chamados à missão universal.
Pedro percebeu que o ES trabalha antes e fora das estruturas da Igreja de Cristo, percebeu que o ES é liberdade.


Até poucos anos atrás , nas fileiras missionárias não era bem aceita a conversa de ‘espiritualidade’, por medo de que a missão fosse levada por qualquer espírito, e ficasse esquecida a Cruz. Porém, na história das missões,  a espiritualidade missionária tomou forte impulso quando a Igreja descobriu que o ES trabalha  entre os povos aos quais  planeja levar o Evangelho,  antes de os missionários chegarem. Poderíamos dizer que a ação da Igreja no mundo vai muito mais longe do que seus limites estruturais.

De fato, o ES é o mesmo que faz nascer Jesus, que o batiza no Jordão, que o leva ao deserto, que o acompanha nos milagres, nos sermões, nas diatribes, na paixão, cruz e ressurreição.

Também é o mesmo que faz os mártires; existe hoje um ‘ecumenismo’ do martírio, justo e reconhecido pela Igreja. No setor missionário ad gentes o ES trabalhou muito profundamente no sec. 19 e 20 na hora de suscitar fundadores. Eles (elas) se pautavam nas devoções de N. Senhora,  de S. José etc.; mas era o ES que fazia tudo. E foi um vendaval que num século levou a África a ter a media mundial de católicos, sem deixar de produzir santos e mártires.

É o ES que fura o bloqueio da sharia, e vivendo a fé às escondidas, como por baixo das cinzas; e já mostrou, até na Mauritânia, os milhares de ex  muçulmanos batizados, ou querendo se batizar cristãos

Muitos católicos sabem que o ES não é uma pomba de gesso de pendurar na parede de casa; mas é o princípio de santificação da jornada terrena em honra de Deus Pai, junto com Jesus. É Ele que sustenta tantos fieis na dureza da luta pela justiça, como na paciência nas doenças, ou nas labutas diárias.


De novo pessoalmente, conheço várias pessoas que todo dia de manhã cedo, antes de sair para a labuta diária rezam assim, sobre a indicação de Jesus (Lc 11,13):

 

Ó Pai do céu, por favor, me dá o Espírito Santo, de que fala Jesus: para mim também, agora, hoje, até à noite; nesta casa também; e com as pessoas que irei encontrar. Obrigado, Pai! Obrigado, Jesus! Obrigado, Espírito Santo. Amém!’

 

E por aí nenhum passo se tornará inseguro; nenhuma pessoa será encontrada sem ser amada; nenhum diabo destruirá esta ‘comunhão’ no Espírito.


S. Paulo, 17 de novembro de 2013.
 pe. José Stella Narduolo